RIO — Com milhares de mortos e deslocados, os conflitos na SÃria e no Iraque colocam em evidência o sofrimento de uma parte inocente e frágil da guerra. Crianças têm infância e sonhos roubados diante de tanto terror e violência. Casos de sequestro e estupro de menores são recorrentes nos locais de atuação do grupo extremista Estado Islâmico (EI). Somente na terra do ditador Bashar al-Assad, 11.021 crianças morreram desde o inÃcio do conflito em 2011, segundo o Observatório SÃrio dos Direitos Humanos (OSDH).
Meninas e mulheres relatam terem sido vÃtimas de abuso, agressões e casamentos forçados por parte de membros do EI no Iraque. De acordo com a ONG Human Rights Watch, que ouviu relatos de testemunhas, entre 105 jovens e mulheres que fugiram ou foram libertadas pelos jihadistas, 70 haviam sido violadas.
Praticamente todas foram casadas com extremistas, vendidas ou entregues como presente a outras pessoas. Às vezes, segundo a Human Rights Watch, os militantes decidiam, por sorteio, quem iriam violar. Muitas delas consideraram se suicidar como a melhor saÃda para a situação de terror na qual viviam.
A violência atinge meninas ainda muito novas. Segundo trabalhadores humanitários, uma garota de 9 anos engravidou depois de ser estuprada por dez extremistas. Ela estava entre os 227 membros da comunidade religiosa Yazidi soltos pelo EI na semana passada no Iraque.
Menores também já foram usados em vÃdeos do Estado Islâmico que mostram decapitações. Em outras gravações produzidas por grupos contrários ao EI, aparecem dizendo que mataram jihadistas.
Nos últimos dias, começou a circular nas redes sociais o vÃdeo de uma menina curda de 7 anos, vestida de rosa, ingênua e bem-humorada, que dispara uma metralhadora no deserto e diz que matou 400 jihadistas do Estado Islâmico. Um homem atrás da câmera grita “Mate, mate!”.
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