Foto: Elza Fiuza/ Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não quis falar sobre
as acusações e xingamentos que recebeu do senador Fernando Collor
(PTB-AL), nesta semana. "Não vou polemizar com pessoas que estou
investigando. O que eu posso dizer é que há algum tempo que não advogo,
mas continuo inscrito na OAB. E também não vou comentar nem sobre esse
fato e nem contra a honra da minha mãe", falou. Ele também defendeu a
delação premiada nas investigações de corrupção. "Não gosto da carga do
nome delator, então prefiro chamar de colaborador. Ele não é um caguete,
um X9, que fala mal do outro e sai bem na história. Ele também é
condenado. A colaboração premiada não serve de prova, mas te dá todas as
circunstâncias para o caminho da prova", declarou. Segundo ele, a
colaboração premiada não é totalitária e não pode ser banalizada. "Vamos
insistir nesse instrumento que é poderoso, republicano, democrático,
espontâneo e deu certo em países como Inglaterra, França, Estados
Unidos, Portugal. Com ele, diminuímos as tentativas e os erros",
ressaltou. O procurador disse que hoje o acordo para quem faz
colaboração premiada é pena, em termos de regime de cumprimento. "Antes
fazíamos acordo de redução de pena", explicou. Janot também se declarou
contra a redução da maioridade penal. "Acho contrassenso. Estamos na
contramão da história, porque não será feito nada em segurança pública,
devido à solução que vai estar dada", disse. Sobre a Operação Lava Jato,
o procurador apenas comentou que até o momento há R$ 6 bilhões
repatriados e/ou bloqueados em instituições financeiras. "Na Operação
Lava Jato, a Petrobras não é autora de crime. Ela é vítima da ação
dessas pessoas", ressaltou. Ele ainda comentou que a atividade do
Ministério Público não tem nada a ver com política, nem partido, "nem
panelaço". "Fazemos investigação técnica. Não fazemos investigação
escolhendo acusados. As instituições brasileiras estão maduras e agem e
reagem de forma profissional. Elas estão fortalecidas e aí fortalece
também a República", falou, descartando a tese de que haja golpe com as
investigações das operações contra a corrupção. Janot se mostrou
otimista com o Brasil. "Olha o tanto que a gente evoluiu. Não dá, por
uma circunstância de momento, achar que é o fim do mundo. São nesses
momentos que a sociedade tem que se reafirmar. E a prova está nas outras
graves crises que a gente superou. Eu não saio daqui (do Brasil) por
dinheiro nenhum", falou.
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