Uma
testemunha que viu Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, minutos antes de
ser baleado, afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que o traficante
estava armado quando invadiu a casa na qual ele foi encontrado. Ouvida
em inquérito da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a testemunha
afirmou que o criminoso “levava uma arma de cor preta” e reconheceu, na
delegacia, a pistola Glock que foi apreendida pelos policiais no local.
Outra testemunha também corroborou em depoimento a versão dos agentes
da Core de que houve confronto e Playboy foi morto enquanto revidava os
tiros disparados pela polícia.
Além da pistola, os policiais
apreenderam um fuzil na casa onde o criminoso se escondia, que fica na
localidade conhecida como Geração, na divisa entre os morros da Pedreira
e Largartixa. Playboy foi morto no sábado, durante uma operação que
contou com 80 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da
Polícia Civil, da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia
Federal e da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar, além de
veículos blindados e um helicóptero. Ele estava escondido na casa de uma
namorada, mas fugiu para uma residência vizinha.
- Na ocasião, os
seguranças que protegiam a casa que era nosso alvo (da namorada)
fugiram, mas continuaram a atirar contra os agentes. Nós tentamos seguir
esses bandidos, porque achávamos que ele poderiam nos levar até onde
estava o Playboy. Acabamos encontrando essa casa onde ele estava
sozinho. Ele expulsou os moradores da casa, pediu que eles fizessem
silêncio e ficou sozinho - explicou o delegado Fabrício Oliveira, da
Core.
Na
cena do crime, os policiais arrecadaram vários projéteis de fuzil e
pistola. Exame balístico vai apontar se são da arma utilizada por
Playboy.
Ainda no inquérito da Core, outra testemunha relatou que
houve um intenso confronto entre os policiais e seguranças antes do
criminoso ser morto. Ela contou que viu um dos bandidos fugir do local e
jogar seu fuzil na mata. Em seguida, ele começou a se sujar de cimento
para fingir que estava trabalhando numa obra. Esse criminoso teria
conseguido escapar.
Playboy foi baleado no peito e na perna. Ele chegou a ser levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu.
História do traficante
Recentemente,
uma ordem de Playboy terminou com a expulsão de pelo menos 80 famílias
do Conjunto Residencial Haroldo de Andrade I, em Barros Filho, na Zona
Norte do Rio. Segundo uma investigação da Polícia Civil, o chefe do
tráfico do Complexo da Pedreira, no bairro vizinho de Costa Barros,
ofereceu os apartamentos do programa "Minha casa, minha vida" a
bandidos.
O bandido nasceu na Zona Sul do Rio e, inicialmente,
fazia parte de uma quadrilha de assaltantes conhecida por invadir casas
de luxo. Em 2005, Playboy entrou para o tráfico pelas mãos de um atual
inimigo: Fernando de Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico do
Morro do Dendê, na Ilha do Governador.
Playboy não ficou muito
tempo no Dendê. Após dois anos, deu um golpe na facção, furtou 30 fuzis e
foi para a Maré, onde foi recebido pela quadrilha liderada por Edmílson
Ferreira dos Santos, o Sassá. O criminoso ganhou a confiança dos
líderes do grupo e, em 2010, chegou ao Complexo da Pedreira, onde
atualmente comanda um exército de 300 fuzis.
Na Pedreira, Playboy
era tratado como uma estrela. O líder do tráfico organizava bailes funk e
até dava “canjas” como MC em algumas festas.
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