Delegado vai investigar outras suspeitas; crime aconteceu em Piracicaba.
Deives Dias de Oliveira foi baleado 4 vezes por Jorel Bottene nesta terça.
Segundo o delegado Ruy Luiz Ramires, responsável pelo inquérito, a irmã do homem que efetuou os disparos informou à investigação de que ouviu o médico comentar que estava chateado com o colega e que inclusive estava sendo perseguido, o que aumenta a chance da motivação do crime ser um desentendimento profissional.
"Vamos investigar com certeza se uma terceira pessoa incentivou o médico a fazer isso ou até se pode ser um crime passional. No momento não podemos descartar nada, mas a primeira possibilidade é uma briga profissional", disse o delegado.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Jorel Bottene tinha 52 anos, era clínico geral e não estava na escala de trabalho desta terça. Ele chegou à unidade do Samu e atirou quatro vezes contra Deives Dias de Oliveira, de 40 anos, que era coordenador da Central de Vagas do Sistema Único de Saúde (SUS) de Piracicaba.
De acordo com a Polícia Civil, a arma usada pelo médico, uma pistola 6.35, era do pai dele. Uma técnica em enfermagem que trabalha no Samu de Piracicaba contou à investigação que estava na central e ouviu o barulho dos tiros. Ela disse aos policiais que foi até a cozinha para ver o que estava acontecendo e encontrou Oliveira caído e Bottene também no chão e com a arma na mão. Procurada pelo G1, a testemunha não quis comentar o assunto.
A EPTV, afiliada da Rede Globo, entrou em contato com a irmã de Jorel, que levou o médico até a unidade do Samu nesta manhã, pouco antes do crime. Ela também não quis falar sobre o caso com a reportagem.
(Foto: Fabrice Desmonts/Câmara)
Os tiros atingiram Oliveira em uma das pernas, no tórax, no abdômen e na cabeça, conforme a secretaria. Em seguida, ainda segundo a pasta, Bottene atirou contra o próprio peito. Ele foi levado pelos colegas de Samu até a Santa Casa da cidade, mas morreu a caminho do hospital.
O secretário de Saúde de Piracicaba, Pedro Antonio de Mello, lamentou o ocorrido. Segundo ele, desavenças pessoais podem ter motivado o crime. "Eram profissionais de alta qualidade e, inicialmente, não havia registros de conflitos entre eles no trabalho. É muito triste, nada que tenha acontecido justifica essa tragédia", disse.
Em 2013, como diretor técnico do Samu, Oliveira chegou a assumir interinamente a Secretaria de Saúde do município. Ele substituiu na época Luiz Roberto Pianelli, que havia sofrido um acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI). Oliveira acumulou as duas funções na ocasião.
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