Dia dos Pais: Quando a Saudade Também é Amor

O Dia dos Pais sempre foi especial para mim. Era a data em que eu acordava mais cedo só para ver meu pai já de pé, com aquele jeito simples e único que só ele tinha. Lembro dele mexendo no quintal, cuidando das plantas, ou fazendo pequenas tarefas que pareciam simples, mas que para ele tinham importância.

Meu pai não era de falar muito, mas quando falava, suas palavras carregavam um peso e uma sabedoria que nem sempre eu entendia na hora, mas que hoje ecoam como lições de vida. Ele tinha aquele jeito firme, mas ao mesmo tempo cuidadoso. Sabia a hora de dar um conselho e a hora de apenas ouvir.

Recordo do seu sorriso — largo, daqueles que iluminavam o rosto e deixavam o ambiente mais leve. E era nesse olhar que eu sentia amor, orgulho e proteção. Ele tinha um cheiro que ainda consigo lembrar, mistura de sabonete simples e o perfume leve que usava nos dias de domingo.

Este será o meu primeiro Dia dos Pais sem ele. A data, que antes era de abraço e presença, agora é de silêncio e lembrança. É um misto de saudade e gratidão. Saudade de abraçar, de ouvir sua voz me chamando, de sentir a segurança que só a presença dele me dava. Gratidão por ter tido o privilégio de chamá-lo de pai, por ter aprendido com ele valores que carrego até hoje: respeito, honestidade, humildade e coragem para enfrentar a vida.

Hoje, escrevo para dizer a quem ainda tem seu pai por perto: aproveite. Abrace, converse, pergunte sobre sua história, ria das suas piadas, guarde na memória a forma como ele fala seu nome. O tempo é implacável, e um dia tudo isso se torna lembrança — lembrança que dói, mas que também aquece.

Para mim, o Dia dos Pais é mais do que uma data no calendário. É um dia para honrar a memória de quem me ensinou a ser quem sou. Meu pai não está mais aqui fisicamente, mas está em cada passo que dou, em cada escolha que faço e, principalmente, no amor que carrego no peito.

Porque, no fim, a saudade é só outra forma de dizer: eu te amo para sempre, pai.