Sigla histórica estuda alternativas para sobreviver
Junho de 1988. Dissidentes do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), como Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Geraldo Alckmin e Teotônio Vilela se reúnem em uma mesa com um mascote tucano. Assim nasceu o Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Quase 37 anos depois, a legenda que governou o estado de São Paulo por mais vezes no período pós-redemocratização, caminha para a extinção, que deve ocorrer por meio de uma incorporação a outra sigla, ou uma fusão.
O PSDB chegou ao Palácio do Planalto pela primeira vez em 1994, com a vitória de Fernando Henrique Cardoso, ex-ministro da Fazenda impulsionado pelo sucesso do Plano Real. A eleição de FHC foi sacramentada ainda no primeiro turno, contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, Covas garantia no mesmo ano a chegada dos tucanos ao Palácio dos Bandeirantes, hegemonia que duraria até 2022.
FHC recebe a faixa presidencial de Itamar Franco | Foto: Divulgação | Acervo Memorial da Democracia
Quatro anos depois, Fernando Henrique Cardoso consegue a façanha de se reeleger novamente no primeiro turno, feito até hoje único no Brasil. O presidente, entretanto, não conseguiu fazer sucessor em 2002. As décadas seguintes foram marcadas pela polarização PSDB x PT, que protagonizou mais quatro eleições presidenciais.
Hoje, a realidade é outra. O partido, que já teve uma das maiores bancadas da Câmara Federal, conta com 13 deputados. No Senado, o partido tem somente uma cadeira. A crise enfrentada pela sigla, iniciada após a eleição de 2014, quando Aécio Neves foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff, fez com que o PSDB perdesse força também no contexto regional, conseguindo eleger apenas três governadores em 2022: Raquel Lyra (Pernambuco), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul).
A federação com o Cidadania também não surtiu o efeito esperado. A alternativa estudada por integrantes do partido é uma fusão ou uma nova federação. Uma ala, entretanto, acredita que o destino do PSDB é ser incorporado a uma outra legenda, o que decretaria o fim da sua existência.
As opções atuais são PSD, MDB, Republicanos e Podemos, mas com maior possibilidade de incorporação às duas primeiras agremiações citadas. Presidente do PSDB na Bahia, o deputado federal Adolfo Viana confirmou as conversas, e disse enxergar a fusão como um caminho melhor que a incorporação.
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