O caso aconteceu na tarde de domingo (13). Segundo boletim registrado pelos policiais militares envolvidos na troca de tiros, os agentes faziam rondas no final de linha da Engomadeira, quando foram recebidos a tiros por suspeitos que viram a viatura se aproximar.
Ainda conforme registro divulgado pela Polícia Civil, houve revide e, durante a perseguição, a jovem foi encontrada caída em um beco. Ela chegou a ser socorrida pelos militares e foi levada para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), mas não resistiu.
A versão da Polícia Militar é confrontada pelos relatos de moradores e da família de Ana Luiza, que afirmam que os policiais viram um usuário de drogas, que correu e entrou no beco onde a jovem estava. Ele não foi atingido.
O pai da estudante, Antônio Gomes, estava na Arena Fonte Nova, onde assistiria o jogo entre Bahia e Mirassol, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, quando recebeu a triste notícia.
"Uma dor que não desejo para pai e mãe nenhum. Minha filha descendo para casa e acontece uma tragédia", disse.
"Como é que eles chegam atirando? Lá ficam muitas crianças brincando. Acertou minha filha, poderia ter acertado outras pessoas e ficar por isso mesmo", questionou Antônio Gomes.
Muito emocionado, o pai de Ana Luiza lembrou que saiu de casa cedo, no domingo. Presidente de um grupo que joga futebol amador, ele saiu para praticar o esporte com os amigos, quando a jovem dormia, por volta das 4h30.
"Não dei um beijo, um abraço e quando estou na Arena, recebo a notícia. Saí e deixei ela dormindo, voltei e ela continua dormindo. Um sono eterno, porque não vai acordar mais", lamentou.
Antônio Gomes pediu justiça pela morte da filha e criticou a falta de respostas em casos de pessoas que morrem em ações policiais.
"Vou fazer o que na Corregedoria? Não adianta. Tantos casos que vão para lá e não adianta. A corda sempre quebra no lado mais fraco. A gente paga impostos, mas não temos segurança. É só decepção e desastre".
O corpo de Ana Luiza será sepultado na tarde desta segunda-feira (14), no Cemitério Terceiro da Ordem de São Francisco, em Salvador. A jovem, que estava no terceiro semestre do curso de Estética, será enterrada vestida com o jaleco, que ela usava durante as aulas.
"Um sonho que foi interrompido por pessoas que não tiveram capacidade de trabalhar. Acredito que o comando não ensina isso para eles e a pessoa, quando trabalha em público, tem que ter visão", afirmou o pai de Ana Luiza.
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