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Advogado questiona ausĂȘncia de presidente do PL entre denunciados por tentativa de golpe

 Defesas de rĂ©us no nĂșcleo da desinformação cobram coerĂȘncia da PGR e evitam negar existĂȘncia da trama golpista

Durante sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Melillo Diniz, que representa o engenheiro Carlos CĂ©sar Moretzsohn Rocha, questionou a ausĂȘncia do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica no caso que investiga o nĂșcleo de desinformação da tentativa de golpe de Estado.

Contratado pelo PL para conduzir uma auditoria tĂ©cnica nas eleiçÔes de 2022, Rocha Ă© apontado pela PGR como um dos integrantes do chamado nĂșcleo 4, responsĂĄvel por disseminar dados falsos contra o sistema eleitoral. Para a defesa, no entanto, nĂŁo hĂĄ justa causa para que o engenheiro tenha sido denunciado, uma vez que ele apenas executou um contrato com o partido, sem jamais participar de atos pĂșblicos ou atividades polĂ­ticas.

“O engenheiro Carlos Rocha Ă© contratado pelo PL por seu presidente, Valdemar Costa Neto, e corretamente nĂŁo estĂĄ denunciado o presidente do PL. Mas estĂĄ denunciado o prestador de serviço que ofereceu uma avaliação”, criticou o advogado, ao destacar que o dirigente partidĂĄrio, responsĂĄvel direto pelo uso dos relatĂłrios, sequer foi incluĂ­do na denĂșncia.

advogado

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto • Valter Campanato/AgĂȘncia Brasil

Segundo Melillo, os relatĂłrios tĂ©cnicos elaborados por Rocha seguem metodologia reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Tribunal de Contas da UniĂŁo (TCU), e foram entregues sob clĂĄusula de confidencialidade. A defesa afirma que nĂŁo hĂĄ qualquer indĂ­cio de que Rocha tenha participado da divulgação pĂșblica dos dados ou de articulaçÔes golpistas.

A crĂ­tica Ă  falta de alguns nomes entre os denunciados pela PGR foi reforçada tambĂ©m na sustentação do advogado JosĂ© Zoser, que representa Ângelo Martins, outro denunciado no nĂșcleo 4. Zoser afirmou que a acusação contra seu cliente Ă© baseada unicamente na cĂłpia de um documento jĂĄ existente num Google Drive – ação idĂȘntica Ă  de outro investigado que, embora tenha sido alvo de buscas e indiciado, nĂŁo foi denunciado. “Assessor fez a cĂłpia do documento. Um Ă© denunciado. O outro nĂŁo Ă©. Esse tratamento diferenciado Ă© algo muito perigoso”, alertou.

Zoser tambĂ©m mencionou o caso do argentino Fernando Cerimedo, apontado como elo central para a acusação de disseminação de desinformação. Segundo a defesa, o estrangeiro nĂŁo foi denunciado, apesar de ser a suposta fonte da narrativa golpista com a qual Ângelo teria colaborado. “Se toda a denĂșncia contra Ângelo parte do pressuposto que ele Ă© o elo de ligação com o argentino, e o argentino nĂŁo Ă© denunciado, por que somente o Ângelo Ă© denunciado?”, questionou.

Estratégia dos advogados

Tanto Zoser quanto Melillo optaram por nĂŁo contestar a existĂȘncia da tentativa de golpe de Estado. Nenhuma das defesas negou objetivamente que houve uma conspiração, ou que a investigação apura um fato real. Ambos limitaram-se a argumentar que seus clientes nĂŁo tiveram qualquer participação ativa na trama, e que foram incluĂ­dos de forma indevida ou desproporcional no rol de acusados.

As duas defesas sustentam que o MinistĂ©rio PĂșblico erra ao tentar responsabilizar personagens perifĂ©ricos por atos de terceiros, sem comprovação de adesĂŁo consciente ou de participação efetiva nos crimes apontados. Ambas pedem que o STF rejeite as denĂșncias por ausĂȘncia de justa causa e inĂ©pcia na imputação individual.

Por Cleber Lourenço 

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