O conflito entre Elon Musk e Donald Trump atingiu um novo patamar nesta semana. Após dias de trocas públicas de farpas, o bilionário sul-africano e CEO da SpaceX sugeriu abertamente o impeachment do presidente dos Estados Unidos e chegou a ameaçar o fim de uma das operações mais estratégicas do país: a cápsula Dragon, usada em missões da NASA.
A crise começou quando Musk criticou duramente um projeto de lei apoiado por Trump, chamando-o de “abominação” por ampliar drasticamente o déficit público. A reação do ex-presidente foi rápida e intensa. Trump afirmou estar “decepcionado” com Musk e sugeriu que o governo poderia cancelar contratos e subsídios com empresas controladas por ele, como a SpaceX e a Tesla.
Em resposta, Musk usou sua plataforma, o X (antigo Twitter), para intensificar os ataques. Disse que os republicanos perderam a eleição de 2024 por não contarem com seu apoio e, em um dos momentos mais controversos, respondeu positivamente a uma postagem que sugeria o impeachment de Trump e sua substituição por JD Vance.
Pouco depois, Musk anunciou que começaria a desativar imediatamente o programa da cápsula Dragon, veículo crucial para o transporte de astronautas e suprimentos até a Estação Espacial Internacional (ISS). O anúncio gerou forte repercussão no setor aeroespacial, pois atualmente a Dragon é o único meio americano com essa capacidade operacional.
No entanto, algumas horas depois, Musk recuou. Embora tenha confirmado que não desativaria a cápsula imediatamente, afirmou que já havia iniciado a descontinuação de seu desenvolvimento. A declaração foi vista como uma tentativa de reduzir o impacto imediato, mas o sinal estava claro: a relação entre o setor privado e o governo federal está estremecida.
A escalada do conflito pode colocar em risco contratos da SpaceX com o governo americano que somam cerca de US$ 22 bilhões, o que inclui parcerias com a NASA. Caso a Dragon seja realmente retirada de operação, os Estados Unidos enfrentariam um sério problema logístico e estratégico no espaço, algo que poderia beneficiar potências concorrentes como China e Rússia.
Além das implicações políticas e tecnológicas, o confronto também teve reflexos no mercado financeiro. As ações da Tesla, outra gigante de Musk, sofreram queda de cerca de 14% em um único dia, o que representa uma perda de mais de US$ 150 bilhões em valor de mercado.
Ainda não está claro se haverá uma reaproximação entre Musk e Trump. Fontes próximas ao governo indicam que uma reunião entre os dois estaria sendo organizada para tentar reduzir a tensão. Mas, por ora, o cenário é de incerteza e tensão em Washington — e no espaço.
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