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Metade das cidades baianas não possuem sequer uma agência bancária

 

Moradores e funcionários protestam contra fechamento do Bradesco em Palmeiras 


O silêncio da pacata de Rio do Pires, no centro sul da Bahia, foi interrompido por um 

protesto contra o fechamento da única agência bancária da cidade, na semana passada. 

Se o fim das atividades previsto para este mês se concretizar, o município passará a integrar 

a lista de 199 cidades baianas que não possuem sequer um banco - número que representa

 47,72% do total. Os dados são do Banco Central e foram divulgados pelo Sindicato dos 

Bancários da Bahia. 

São cidades de todas as regiões da Bahia, onde os moradores precisam viajar para realizar

 ações simples, como sacar o dinheiro e fazer transferência. O movimento de fechamento

 de agências bancárias na Bahia segue uma tendência nacional. A facilidade de acessar 

serviços bancários na palma da mão, no celular, substituem cada vez menos 

dos serviços presenciais. Mas isso não é para todo mundo. 

Em Olindina, por exemplo, a comerciante Renivalda de Oliveira Rocha, de 57 anos,

 precisou 

ir até o banco depois que trocou de celular e precisou autorizar o dispositivo a realizar 

transações - operação que só é realizada em caixa eletrônico. A baiana fez isso perto de

 casa, em uma agência do Bradesco. Se o novo celular fosse comprado no mês que

 vem, a tarefa simples se transformaria em uma missão. 

Isso porque o Bradesco anunciou que vai fechar a agência, que é a única da cidade, 

ainda em junho. Renivalda de Oliveira foi informada que poderá ser atendida em na unidade

 do banco em Rio Real, município localizado a 50 quilômetros de distância - o qual ela nunca

 visitou. "Eu nem sei onde fica essa cidade. Imagina ter que ir para lá só para ir ao banco", 

reclama a moradora. Seriam 100 quilômetros percorridos apenas para desbloquear o celular. 

A própria comerciante admite que faz quase todas as operações bancárias pelo 

celular. Pix, transferências e pagamentos de conta. Tudo está na palma da mão. Mas 

nem sempre é assim.

 Por isso, o Sindicato dos Bancários alerta para o número significativo de agências na Bahia.

 Entre 2020 e maio deste ano, 134 unidades foram fechadas no estado, segundo levantamento 

da entidade feito com informações do Banco Central. É como se uma agência fosse fechada 

na Bahia a cada 15 dias.

"Uma boa parte da população não tem condições de realizar operações bancárias em 

dispositivos eletrônicos. Se uma pessoa é analfabeta, por exemplo, como vai ler um termo 

em inglês em um aplicativo no celular?", questiona Ronaldo Ornelas, um dos diretores do 

sindicato. Ele lembra ainda que problemas de conexão de internet dificultam o uso de 

celulares principalmente no interior. 

A iminência de fechamento da única agência de Rio do Pires foi o que motivou um 

protesto de moradores e funcionários do Bradesco, na última quarta-feira (4). Uma

 audiência pública

 foi realizada na cidade para discutir o fechamento. Em nota enviada ao CORREIO, 

o banco admitiu que tem promovido mudanças na forma de atendimento e que os 

clientes são redirecionados para agências próximas. A empresa diz ainda que 98% 

do total de operações feitas atualmente acontecem por meios de canais digitais 

Contragolpe 

No Maranhão, uma decisão judicial determinou a suspensão do processo de encerramento 

de atividades do Bradesco em 16 municípios do estado, no mês de abril. A determinação 

atendeu a um pedido do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon) 

daquele estado. O Sincato dos Bancários da Bahia acionou o Procon baiano para t

entar um movimento parecido. Uma reunião foi realizada entre as entidades em maio, o 

Ministério 

Público deve ser comunicado sobre os fechamentos. 

O número de agências fechadas em cinco anos e meio na Bahia, 134, é puxado pelo 

encerramentos de atividades de unidades do Bradesco. Foram 64 no período. Entre as 

cidades que ficaram sem banco após o fechamento de alguma unidade do Bradesco 

estão: Serra do Ramalho, Serra Dourada, Inhampube, Paripiranga, Paratinga e 

São Felipe. Atualmente, a empresa conta com 178 agências na Bahia. 



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