Nos últimos anos, o mercado de chocolates no Brasil tem enfrentado desafios significativos devido à alta nos preços do cacau, que aumentaram quase 200% em 2024. Como resultado, muitas empresas têm optado por produtos rotulados como “sabor chocolate”, que contêm uma quantidade significativamente menor de cacau, visando reduzir custos e manter a competitividade no mercado.
🧪 O que significa “sabor chocolate”?
Produtos rotulados como “sabor chocolate” não são classificados como chocolate de acordo com a legislação brasileira, que exige pelo menos 25% de cacau para essa classificação. Esses produtos geralmente contêm menos de 15% de cacau e utilizam substitutos como gorduras vegetais (como óleo de soja), açúcar em maior quantidade e pó de cacau no lugar de nibs macerados, que são a forma mais pura do ingrediente. Essas mudanças visam reduzir custos de produção, mas impactam diretamente a qualidade e o sabor do produto final.
📉 Impacto na qualidade do chocolate
Especialistas apontam que a qualidade do chocolate tem diminuído ao longo dos anos. Luciana Monteiro, da consultoria Ara Cacao, afirma que "o chocolate de hoje, principalmente o das grandes marcas, é sim, pior do que o de antigamente", citando a menor oferta de cacau nacional e a busca por redução de custos como principais fatores. Além disso, a substituição de ingredientes naturais por alternativas mais baratas compromete a experiência sensorial do consumidor.
⚖️ O que diz a legislação brasileira?
No Brasil, a legislação exige que produtos rotulados como “chocolate” contenham pelo menos 25% de cacau. No entanto, produtos com o rótulo “sabor chocolate” não estão sujeitos a essa exigência, permitindo que as empresas utilizem alternativas mais econômicas. Isso levanta questões sobre a transparência e a ética na rotulagem dos produtos alimentícios.
💡 O que os consumidores podem fazer?
Para garantir a qualidade e a autenticidade do chocolate consumido, é recomendável verificar os rótulos dos produtos, dando preferência àqueles que especificam a porcentagem de cacau e evitam o uso de substitutos artificiais. Além disso, apoiar marcas que valorizam a produção sustentável e a transparência na cadeia produtiva pode contribuir para um mercado mais ético e de melhor qualidade.
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